PROMOÇÃO DE SEGURANÇA E COMBATE À VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA/LESBOFÓBICA.

sábado, 19 de novembro de 2011

O Preconceito na Escola

          
            Os preconceitos circulam livremente na escola, favorecendo situações de dominação. São percebidos nas falas, nas atitudes, em geral, de professores e outros profissionais nela presentes e até mesmo entre os alunos.
      Há preconceitos, claramente expressos, contra o pobre, o favelado, o negro, o homossexual, o portador de necessidade especial, etc. As famílias são normalmente responsabilizadas pelo fracasso dos filhos, “Seja por defeitos morais e psíquicos, seja pela separação dos pais, por sua ausência que lhes são frequentemente atribuídos” (PATTO, 1987:14). Geralmente são tidos como sexualmente promíscuos, primitivos, vadios, pouco inteligentes, violentos, com vocação para a marginalidade e delinqüência. Assim, os professores classificam os alunos por categorias formadas à base de cor, sexo e classe social. Através da classificação, os professores contribuem para o fracasso escolar.

Alguns fatores favorecem a essa atitude:
 
a. O trabalho dividido separa o planejar do executar, e a sobrecarga dos professores, com uma jornada interminável, que torna o trabalho um peso. O trabalho passa a ser alienado, conforme ocorrem afastamentos e faltas freqüentes. Os professores não têm tempo para refletir sobre seu trabalho. Fechados assim em sua particularidade, os professores se tornam alienados. Segundo Patto, “o professor cumpre com sua obrigação, realizando diariamente um ritual, sempre o mesmo, destituído de vida e de significado que o mortifica: obediente mas descrente, coloca conteúdos na lousa passa mecanicamente pelas carteiras, constata sempre os mesmos erros que aponta com maior ou menor irritação, para começar de novo tudo no dia seguinte, no mês seguinte, no semestre seguinte. Os dias são todos iguais...”.


b. Os preconceitos são sustentados por teorias científicas que, tal como eles, correm soltas na escola. Dentre elas, a da carência cultural e alimentar: “A criança não aprende porque é desnutrida” ou “Não aprende porque é culturalmente pobre”. Mesmo conhecendo a teoria da diversidade cultural, o professor acaba tendo uma ação discriminatória. De nada adiantam cursos e treinamentos aos professores, se não forem dadas condições efetivas (tempo para reuniões de pequenos grupos), para que estes revejam suas práticas na unidade escolar, com autonomia. A escola precisa discutir a sociedade de classe na qual está inserida. Os educadores precisam repensar esta sociedade que é vista por eles, no contexto do pensamento positivista e dentro dos princípios do liberalismo. Enfim, é preciso mudar o paradigma, a visão de mundo e pensar dialeticamente.

Referência Bibliográfica
PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar, histórias
de submissão e rebeldia.Tese de livre docência. USP, 1987.

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