PROMOÇÃO DE SEGURANÇA E COMBATE À VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA/LESBOFÓBICA.

sábado, 19 de novembro de 2011

Gay, lésbica e bi escolhem ambientes de trabalho menos hostis

 

Estudo inglês aponta os gays como os que mais sentem preconceito.
por Redação em 14 de outubro de 2009 às 10:50. Última alteração em 14 de outubro de 2009 às 10:51.
Um estudo encomendado pela instituição inglesa Equality and Human Rights Commission (EHRC) aponta que gays, lésbicas e bissexuais evitam determinadas profissões que parecem mais homofóbicas como, por exemplo, o ambiente de ensino.
 Relatório observa experiênciasLGB em ambientes públicos (Foto: Beyond Tolerance)
Relatório observa experiências LGB em ambientes públicos (Foto: Beyond Tolerance)De acordo com o estudo apenas 51% das lésbicas, 52% dos gays, 44% das mulheres bissexuais e 10% dos homens bissexuais se sentiam a vontade para assumir sua sexualidade nas escolas e universidades.
No ensino superior, os profissionais declararam que a recepção negativa por consequência da sexualidade é de 33% por parte dos colegas e 18% pelos alunos .
Os entrevistados revelaram que ensinar e trabalhar com crianças sempre resulta em uma discussão negativa sobre uma educação pró-LGBT e a reação dos pais em ter os filhos educados por um gay, uma lésbica ou um bissexual.
Trabalhar como policial, no exército ou com serviços manuais foram outros exemplos de áreas que os entrevistados preferem evitar.
As percepções foram baseadas em ambientes que sugerem homofobia, de acordo com a política organizacional ou a cultura que envolve determinados trabalhos.
Aproximadamente 40% dos gays, 32% das lésbicas, 13% dos homens bissexuais e 10% das mulheres bissexuais afirmaram que não poderiam ter certas profissões por preconceito.
As informações foram coletadas para o relatório “Beyond Tolerance (Além da Tolerância)”, observando as experiências de LGB em ambientes públicos como o profissional, o de saúde e da educação. A parcela T dos LGBT ficou de fora do estudo.
O Dolado está aguardando autorização da EHRC para realizar a tradução e disponibilizar o relatório completo em português.
A mulher trabalhadora é o negro de saias

            No final da década de 80, a mulher recebia 54% do salário homem.
            Significa dizer que, no mercado de trabalho, duas mulheres valiam pouco mais do que um homem.
            Melhorou: hoje, são 65%. Ou seja, aproximadamente uma mulher e meia equivalem a um homem.
            Até mesmo nas profissões mais bem remuneradas, com exigência de diploma de ensino superior, ambientes supostamente mais arejados, a defasagem é expressiva. Mais precisamente, segundo Dieese/Seade, 30%.
             Nesse 1º de Maio do milênio, a ser comemorado amanhã, a situação da mulher é um símbolo da discriminação no trabalho, refletindo os valores e preconceitos de uma sociedade.
              Se, no Brasil, o trabalhador, apesar de todos os avanços, ganha, no geral, mal, está cercado pelo desemprego e subemprego, desfruta de uma indigente rede de proteção social, os grupos vulneráveis são ainda mais pisoteados.
              Pela medida dos salários, a mulher, apesar de ter, hoje, escolaridade mais elevada do que os homens, é ainda vista como um ser inferior. Exatamente como os negros.

          O Brasil gosta de se imaginar uma nação sem racismo. Não é o que mostram os números do mercado de trabalho, a verdadeira prova de quem é valorizado ou não numa sociedade, via salário ou nível de emprego.
            Com olho nas questões de gênero e raça, o Dieese analisou os salários e nível de emprego das cinco regiões metropolitanas do país, além do Distrito Federal ( São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre).
            A maior taxa de desemprego ocorreu em Salvador, apresentada como a capital do orgulho negro: 45% maior do que a dos brancos.
            São Paulo não fica muito longe: 41%. Melhor posição está Distrito Federal: 17%. Tradução: é mais provável um negro do que um branco ficar desempregado, mesmo que tenha o mesmo nível de escolaridade.
            Quando se analisam os rendimentos, vemos como o negro se aproxima da discriminação contra a mulher.
            De acordo com o Dieese, o salário médio de um negro é, em São Paulo, aproximadamente R$ 510. Os brancos ganham nada menos do que o dobro.
            Em essência, para o mercado de trabalho dois negros valem um branco.
            Na lógica da fragilidade, a hierarquia coloca no topo, pela ordem, homem e mulher brancos e, depois, homem e mulher negros.
            A mulher negra sofre, portanto, por ser mulher e por ser negra. Uma mulher negra, em São Paulo, ganha por mês R$ 400.
            Na fria tradução comercial, duas e meia mulheres negras equivalem a um homem branco.
            Esses números da discriminação ajudam a entender uma das mais devastadoras chagas nacionais: a má distribuição de renda.
            Estatísticas internacionais costumam colocar o Brasil como um dos campeões em má distribuição de renda. Os economistas debatem sobre as várias razões para a vitória brasileira nesse campeonato como, por exemplo, a inflação que corroeu os salários, a baixa escolaridade, o modelo de industrialização, a incompetência dos investimentos sociais dos governos, o auxilio aos mais ricos com dinheiro público, e assim por diante.
            Em maior ou menor grau, todos esses fatores devem mesmo pesar.
            Pouco se comenta, porém, sobre o fator preconceito como um dos geradores do ciclo vicioso da miséria e, portanto, da má distribuição de renda.
            Obviedade: se somarmos mulheres e negros temos a imensa maioria da população brasileira.            
            Logo, se eles são discriminados no salário e emprego, acabam por afetar a distribuição de renda.
            Se pouco conseguimos avançar em proteção social do trabalhador no Brasil, conseguimos menos ainda nas categorias mais vulneráveis como negros, mulheres e, especialmente, crianças.
            Melhor prova dessa falta de proteção foi o censo escolar, divulgado semana passada, pela Folha Online: apenas 2% (repetindo, 2%) das escolas públicas têm acesso à Internet.
            É na escola pública onde se nutre a discriminação que vai perdurar por toda a vida.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto/gd300400.htm