PROMOÇÃO DE SEGURANÇA E COMBATE À VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA/LESBOFÓBICA.

sábado, 27 de agosto de 2011



ENTREVISTA

REALIZADA NA CIDADE DE BOM JESUS DO NORTE – ES
A REALaÇÃO HOMOSEXUAL X SOCIEDADE


NOME: S
PROFISSÃO: Cabeleireiro
IDADE: 22

1) Quando você percebeu que gostava do mesmo sexo?
R: Tive uma namorada aos 16 anos, quando ia beijar-la não sentia nada, quando estava com rapazes sentia um desejo diferente, foi ai que senti que minha atração voltava para homens.
2) Sua primeira experiência sexual?
R: Com 17 anos.
3) Você desenvolveu sua sexualidade gay por opção ou formação com o meio?
R: Tive uma experiência atribulada, meu pai separou quando criança de minha mãe, a minha mãe era tudo para mim, tudo eu espelhava nela, arrumava casa, gostava de enfeitar e decorar, meu padrasto me batia muito.
4) Você aceita sua homossexualidade com naturalidade, sem conflitos ou se pudesse reverteria?
R: Sim, meus conflitos estão sempre diante de mim, a luta é grande para ser aceito, gostaria de ter uma família, filhos, em fim ter uma vida normal...
5) Quanto a sociedade e família, já sofreu preconceito?
R: No início sim, houve uma rejeição muito grande de meu pai, a sociedade só te respeita quando você é um profissional de sucesso.
6) Quanto ao casamento gay, você concorda?
R: Não. O casamento deve ser constituído por homem e mulher, para mim é um afronto às famílias.
7) Quanto a sua relação com Deus, e sua fé?
R: Tenho muita fé em Deus porque frequentei a igreja na infância e adolescência, dentro dos princípios bíblicos, Deus não agrada do que ele não instituiu.
8) Quais as facilidades e dificuldades que você percebe em relação ao trabalho?
R: Facilidade de gostar do que eu faço, de aprender e disponibilidade de trabalhar. Dificuldade, muita das vezes o preconceito. 
9) Se tivesse um filho o deixaria livre para decidir sua sexualidade, ou opção, ou iria educá-lo para não desenvolver o lado gay?
R: Iria educá-lo dentro dos padrões normais como eu deveria ter sido.
10) Como você vê o preconceito em Bom Jesus do Norte?
R: O preconceito existe em todo lugar, mas tenho facilidades de cultivar amizades.
11) O que você acha das políticas públicas voltadas para a questão dos LGBT?
R: Tem muitas ações boas, contra a homofobia  e com relação ao casamento, implantação de material didático nas escolas, no entanto creio que algumas ações a sociedade ainda não está preparada para conviver com a mesma.

Entrevista realizada no dia 27/08/2011 por: Ana Maria Passalini de Mendonça.

2 comentários:

  1. Achei muito interessante esse depoimento pois mostra nesse caso claramente o conflito que existe na cabeça e no coração do entrevistado, principalmente quando ele fala na ralação com DEUS e sobre o casamento.

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  2. A entrevista demonstra a realidade vivida por um homosexual em nossa região. Uma realidade diferente talvez dos que vivem em grandes centros, no entanto, o preconceito e a falta de respito é a mesma em qualquer ligar.

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