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quarta-feira, 21 de março de 2012

Comissão vai decidir cassação de prefeito de Bom Jesus do Norte


Leandro Moreira


            Certamente o ano novo não iniciou conforme queria o prefeito de Bom Jesus do Norte, Adson Azevedo Salim (PSDB). Alvo de Comissão Processante (CP) criada pela Câmara Municipal, por suposto superfaturamento no carnaval de 2010, Adson teve a sua defesa ignorada pelos vereadores, que estão focados em dar continuidade às investigações. Dentro de 90 dias, o relatório será votado, assim como a cassação ou não do chefe do executivo.


            Também é alvo da CP o vice-prefeito Pedro Chaves (PMDB), que foi presidente da comissão de festa durante o carnaval denunciado. De acordo com o presidente da CP, vereador Toninho Gualhano (PT), os indícios de superfaturamento são fortes.

            A prefeitura firmou convênio com o Ministério de Turismo, em 2009, no valor de R$ 300 mil para a realização do carnaval do ano seguinte; R$ 20 mil foi contrapartida. No entanto, conforme Toninho, todos os shows contratados foram superfaturados.



            “Há um Dj que cobrou R$ 480,00 em festa particular no município e na planilha do carnaval o valor estava em R$ 17,5 mil, mais de 600%”, denunciou. Toninho acrescentou que ainda foram gastos mais R$ 200 mil de recursos próprios e que shows que valiam R$ 8 mil saíram por R$ 58 mil.

Comissão

            A Comissão Processante foi instaurada em 15 de dezembro, após proposta apresentada por um eleitor do município, segundo Toninho. “Antes disso, vínhamos pedindo informações referentes ao carnaval de 2010, mas a prefeitura nos negava e dizia que devia prestar contas somente ao Ministério de Turismo”, contou o presidente da CP.

            Após a abertura da comissão, o prefeito e vice foram intimados dentro dos cinco dias seguintes. A partir daí, foram concedidos 10 dias para apresentação da defesa prévia. Nesta segunda-feira, os dois apresentaram a defesa, que poderia arquivar o caso ou dar continuidade. Todos os vereadores decidiram por levar até o fim a averiguação.

Investigação resulta em exoneração

            O vice-prefeito Pedro Chaves foi exonerado da Secretaria de Planejamento, Habitação, Trabalho, Desenvolvimento Rural e Social na segunda-feira, onde atuou por três anos. O motivo, segundo ele, foi não ter aceitado a defesa que o procurador do município fez para ele apresentar à Comissão Processante, a pedido do prefeito Adson.

            “Minha saída foi porque o prefeito não ficou satisfeito por eu não ter aceito a defesa que o procurador do município tinha feito para mim, a mando dele. Redigi a defesa conforme minha consciência e de acordo com a verdade dos fatos, não imputei culpa indevida a ninguém, mas também não assumi culpa de coisas que não fiz e não participei”.

Defesa

            De acordo com Pedro, o convênio com o Ministério do Turismo foi firmado em 2009, via emenda parlamentar do deputado federal Carlos Manato (PDT). Para obter o recurso, a prefeitura apresentou planilha com os nomes dos artistas pretendidos para se apresentarem no carnaval de 2010.

            “Eu assumi a presidência da comissão de festa em janeiro e vi que a planilha, com o dinheiro do ministério, era só para o pagamento dos artistas, não havia recursos para a estrutura do evento, como segurança, palco, banheiros químicos, som, iluminação etc”, explicou o vice-prefeito.

            Chavez informou que utilizou pouco mais de R$ 80 mil, do caixa da prefeitura, para contratar a estrutura necessária. “Também contratei artistas da terra, já que na planilha a banda mais próxima era de Vitória. Como presidente da comissão de festa, tive a função de executar a planilha; a confecção dela é do prefeito”, desviou.

            A reportagem ligou para a prefeitura no intuito de ouvir a versão do prefeito. O chefe de gabinete disse que Adson não se encontrava e que retornaria a ligação assim que ele chegasse à sede da administração. Mas, não houve retorno por parte da prefeitura.

PLANILHA DE CUSTO DO CARNAVAL DE 2010
Despesa com artistas (Fonte: Vice-Prefeito)

            Declaro que os valores abaixo já estão incluso             todas as despesas e estruturas de acordo com as exigências dos artistas, como transportes hospedagens, alimentação, produção e impostos.

*DJ Mario Filho = {17.500R$}
*DJ Américo Neto = {15.000R$}
*Banda Dose Dupla ={24.000R$}
*Rodrigo S. Barão Vermelho={58.000R$}
*Band. Calypso do para ={60.000R$}
*Band. Muvukera ={23.000R$}
*Band.Akarajé ={17.500R$}
*Band.Swing baiano ={27.000R$}
*Band.Dose Mais ={22.000R$}
*Dupla César & Alessandro={51.000R$}
*Serviço de Sonorização ={5.000R$}
  


Um comentário:

  1. Vivemos a merce de políticos, infelizmente muita das vezes nos deixamos levar por politicajem, mas como cidadãos não devemos deixar isso acontecer.
    Não podemos continuar sendo cidadãos de papel.

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